Leitos lotados impulsiona proposta de novo hospital público em Criciúma (SC) 64241
Criciúma (SC)
A superlotação dos hospitais de Criciúma reacendeu um debate antigo, mas cada vez mais urgente: a necessidade da construção de um novo hospital público na cidade. O tema foi levantado pelo vereador Luiz Carlos Custódio Fontana (PL) após a região Sul atingir, na última semana, 100% de ocupação dos leitos hospitalares destinados a adultos e crianças.
Segundo o parlamentar, o cenário atual é reflexo direto do aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), impulsionado pela queda nas temperaturas e pela baixa adesão da população à campanha de vacinação contra a gripe. O Hospital São José e o Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (HMISC), que concentram a maior parte da demanda regional, operam no limite.
“Criciúma e toda a região Sul precisam de mais um hospital público. Atualmente, contamos com o Hospital São José para atender os adultos e com o Hospital Materno-Infantil Santa Catarina para as crianças. No entanto, essa estrutura já não é suficiente para dar conta de toda a demanda. A falta de leitos e atendimentos não acontece apenas nos meses de inverno, é uma realidade que enfrentamos durante todo o ano. O São José, por exemplo, não atende apenas Criciúma, mas pacientes de toda a região, e isso tem dificultado o o ao atendimento justamente por não haver vagas disponíveis”, afirmou Fontana.
O vereador relatou que, diante da superlotação, pacientes que procuram o Hospital São José muitas vezes são transferidos para unidades em outros municípios, como Morro da Fumaça, Siderópolis e Içara. “A população enfrenta muitas dificuldades nessa situação. Quando o paciente precisa ser internado em outro município, a família acaba tendo que se deslocar, o que gera custos, desconforto e impacto emocional. O Hospital São José é a unidade com maior estrutura e recursos, por isso a maioria das pessoas prefere ser atendida ali. No entanto, essa não é uma possibilidade para todos, justamente pela falta de vagas”, lamentou.
Fontana também expressou preocupação com o cenário que se desenha com a intensificação do frio. “Neste momento, temos 38 pessoas no pronto-socorro do São José e a UTI está 100% lotada. Isso é preocupante. Se o frio piorar ou surgir outro surto de infecção, respiratória ou não, o sistema pode colapsar. Precisamos estar preparados.”
Entre as propostas apresentadas pelo vereador está a criação de um hospital escola na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), que já conta com estrutura universitária voltada à área da saúde. Outra possibilidade apontada por Fontana é a construção de um novo hospital em outro ponto da cidade, ou ainda a ampliação de parcerias com hospitais privados. No entanto, ele pondera que a sobrecarga também atinge essas unidades.
“Temos que discutir seriamente a criação de um novo hospital público em Criciúma. Precisamos oferecer mais opções à população. Esse debate precisa ganhar força, sair do papel e virar realidade”, reforçou o parlamentar.
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